O Grivo

ARTEFATOS DE SOM/sound devices > MÁQUINA DE ARCO/arch

V (Arc Marchine)
I am here, from the other side. You don’t see me because of the fog. Cross the wooden bridge and come here. Don’t be afraid.
The young girl hesitated. Where was he?
Come and listen. From there you won’t be able to. It is so beautiful.
She crossed the bridge, and descended the pebbled path. She stopped. The voice was silent. She looked around her, upset. Where?
From the mist, she saw a shadow emerge, an animal, a ghost. Enormous hands grabbed her, lifting her from the ground. Before she could scream, her father took hold of her. She drew close to him, and warmed her heart.
And she heard the music that came from the lake.
V (Máquina de Arco)
Estou aqui, do outro lado. Você não me vê por causa da neblina. Atravesse a ponte de madeira e venha até aqui. Não tenha medo.
A garotinha hesitou. Onde ele estava?
Venha ouvir. Daí você não consegue. É lindo.
Ela cruzou a ponte, desceu pelo caminho de seixos. Parou. A voz tinha se calado. Olhou em volta, aflita. Onde?
Da bruma, viu surgir uma sombra, um bicho, um fantasma. Mãos enormes a agarraram, levantando-a do chão. Antes que pudesse gritar, o pai já a abraçava. Aconchegou-se a ele, aqueceu o coração.
E ouviu a música que vinha do lago.
(texto – Maurício Meirelles)

Máquina de Arco
Um arco vibra a corda de um pequeno violão. O movimento, gerado por uma máquina, é continuo e sem variações, assim como o som produzido. Processado pelo computador, esse som é distribuído para caixas acústicas, juntamente com o timbre original, captado do mecanismo.
A peça brinca com escalas de percepção auditiva: o mínimo que se dilata com a expansão da apreciação sonora, num jogo entre atenção, tempo e silêncio.
Arc machine
An arc vibrates the string of a small violin. The movement, generated by the machine, is continuous and without variation, as is the sound that is produced. Processed by computer, this sound is distributed by acoustic boxes, together with the original timbre captured by the mechanism.
The piece plays with scales of auditive perception: the minimum which expands with the growing appreciation of the sound, in a game that juxtaposes attention, time, and silence.